Casa do caminhante livre.

Nadja Velez 🍃
1 min readOct 23, 2021

Como é que tu, bichinho irreverente, te instalaste neste coração?

Não é que não pudesse ser teu, pelo simples charme de seres quem és. É apenas que estava bem guardado, com todo o zelo de quem não se quer apaixonar. Mesmo cumpridas as distâncias de segurança não deixaste de estar perto. É que na verdade, quando dei por ti, já cá estavas.

Chegas tu, que sem toque ou casta, sem anúncios ou enfeites, te esgueiras inadvertidamente cá para dentro. Com nada mais que o teu despreocupado caminhar.

Estrebuchei, o atrevimento de quem não lê placas, caminhando livre dá por si em terras que se dizem alheias. Suspirei, arregacei as mangas perante a inconveniência, este caos de sedimento que levantaste no fundo destas águas.

E agora, que deixei a poeira assentar e fiz as lidas necessárias, dei por ti já instalado, este coração já é teu também e que farei? Agora, que o tens como casa e que tanto gosto de te cá ter… tens jantar feito em cima da mesa e um sítio para te aquecer à beira do fogo sempre que quiseres aparecer.

Uma folha ao vento,

X

--

--

Nadja Velez 🍃

Weird earthling ~ marine biologist ~ ocean ambassador. Just another planet mystery.